Nasceu em Canha a 15 de Agosto de 1876, mas toda a sua vida foi ao serviço de Samora Correia.
De famílias humildes, foi para o Seminário de Évora, onde completou os seus estudos de Humanidades, Liceal e de Teologia, tendo sido ordenado sacerdote na Sé de Évora. Nomeado pároco de Samora Correia em Julho de 1899, logo iniciou o seu Múnus paroquial até à morte, surgida por doença súbita a 24 de Janeiro de 1946.
Com a implantação da República o Governo retirou o ordenado que era dado pela monarquia aos sacerdotes, vendo-se assim sem recursos para sobreviver e sem poder contar com a Paróquia que era pobre, vislumbrou que na qualidade de agricultor rendeiro, influência que herdara de seus pais e familiares, poderia ultrapassar este obstáculo e continuar a exercer a sua vocação Sacerdotal. Contava com os seus dotes de iniciativa e espírito de trabalho numa região essencialmente rural, o que lhe permitiu fazer aos poucos, em terras arrendadas, uma grande casa agrícola, e dar trabalho a muitos Samorenses. Construiu uma fábrica de massas alimentícias e descasque de arroz, apostando na industria agrícola. A fábrica foi destruída pelo fogo.
Apesar dos vastos recursos económicos que auferia da lavoura e ganadaria, viveu toda a sua vida numa modéstia exemplar, economizou para repartir pelos carenciados. Porque nada havia em Samora Correia, no campo da Assistência Social tomou a iniciativa de fundar e sustentar um Lactário com distribuição de leite e alimentos para crianças. Ao mesmo tempo numa sua dependência instituiu a Sopa dos Pobres, bastante frequentada diariamente por crianças e adultos, a assistência aos muitos tuberculosos, saindo da sua própria cozinha a comida levada as casas por um grupo de senhoras católicas. Com um grande sentido social e humano fundou a Casa do Povo, começando por dar um lugar de convívio aos rurais. Trabalhou também no sentido de Samora Correia ter um centro de dia, assim como o Barão de Samora Correia deixou bens em partes iguais para recolher idosos necessitados no asilo em Alcochete, desejava transformar os seus anseios e esperanças nas obras sociais em realidade. Tendo feito um testamento em 1941 indicando a direcção da futura Fundação. Iniciou um segundo testamento totalmente manuscrito, não assinou este testamento pela sua morte repentina.
Tinha projectado construir em vida uma creche no Arneiro, porque era um lugar central, Desafogado e alegre onde os "pardalitos" pudessem chilrear à vontade mas a sua morte repentina, inesperada não lhe permitiu ver realizados todos os sonhos que imaginara.
No Testamento confiava aos fieis e devotos amigos, que o acompanharam e que ocupavam lugares de destaque na freguesia, o encargo de darem corpo aos seus projectos. Porém deixou em testamento edifícios e propriedades quer em Canha, sua terra natal, para fins caritativos, quer em Samora Correia, sua terra adoptiva, valores apreciáveis para assistência aos carenciados, crianças e adultos, numa fundação com o seu nome, e que incluiria creche, jardim infantil e centro de dia, bem como meios para a sua manutenção. Não foram esquecidos os rurais, carenciados de casa de habitação, construiu-se 50 moradias para eles.
O reconhecimento da vila foi manifestado, pelo busto levantado nesse bairro, por subscrição publica dos Samorenses, e inaugurado a 27 de Janeiro de 1963. As obras da fundação Padre Tobias aí estão bem visíveis na vila.